Nos textos dissertativos o locutor procura convencer seu receptor pela validade das verdades que enuncia, pela organização lógica das relações que estabelece em seu discurso e pelas conclusões que apresenta.
Persuadir é convencer. Os textos persuasivos visam a convencer seus receptores e, principalmente, influenciar seu pensamento e seu comportamento. Para que ocorra o convencimento, a manipulação do receptor (destinatário da mensagem) pelo locutor (destinador da mensagem) aquele deve aceitar os valores que este apresenta em seu discurso.
Os textos persuasivos não se restringem ao uso da razão (como, em geral, os dissertativos), mas recorrem também, e principalmente, a apelos emocionais e sensoriais, procuram também seduzir os sentidos e a afetividade do receptor (destinatário da mensagem).
Exemplos de textos persuasivos: discurso religioso, discurso político, a publicidade ou qualquer discurso que formulamos em nosso cotidiano para convencer nossos amigos, filhos, esposos, namorados, pais a aceitar um determinado valor. Pode-se reconhecer basicamente quatro tipos de persuasão:
1) Por provocação, quando o destinador, em seu discurso, apresenta uma imagem negativa do destinatário e impõe a ele um dever-fazer. Ou seja, para que essa imagem seja mudada ele deve mudar sua maneira de agir ou de pensar, seja aceitando determinados valores religiosos, votando em algum político ou consumindo um determinado produto, pois quem assim não faz é careta, reacionário, quadrado, descrente...
2) Por intimidação, quando o destinador, em seu discurso, apresenta ao destinatário a ameaça de uma sanção negativa, uma punição, caso ele não venha a agir ou pensar de uma determinada maneira. Impõe-se, portanto, um dever-fazer sob o risco de recair valores negativos sobre o destinatário. Isto ocorre, por exemplo, quando nos limitamos a dirigir a 100 km/h devido ao risco de transgredir as leis de trânsito e sermos punidos com multa, ou quando acatamos a campanha de prevenção da Aids e passamos a exigir camisinha.
3) Por sedução, quando o destinador apresenta uma imagem positiva do destinatário caso ele assuma determinada forma de pensar, aja de certa maneira ou consuma algum produto. O destinador, em geral, é seduzido pelos sentidos ou pela emoção, é colocado a ele um querer-fazer, pois, criado o desejo, ele efetivamente quer pensar, agir ou consumir para que os outros tenham dele uma determinada imagem. Por exemplo, se a moça usar “Impulse” ficará tão bonita e cheirosa que os rapazes bonitos não resistirão e lhe oferecerão flores.
4) Por tentação, quando o destinador apresenta ao destinatário um valor positivo que ele alcançará caso pense ou aja de uma determinada maneira. O destinatário assim quererá fazer para alcançar sua recompensa (é apresentado a ele um querer-fazer). Por exemplo, quando é oferecida à criança uma viagem à Disneylândia caso ela passe para o 2º grau.
Um comentário:
Muito boa essa explicação sobre a persuação na redação gostei mesmo valeu!
Abraços.
Cristiano.
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