domingo, 17 de agosto de 2008

Artigo

Educação
Por
Philio Terzakis
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Tenho recebido muitos e-mails de leitores desesperados porque vão fazer provas e acham que não sabem escrever direito.
Não dá pra ensinar ninguém a escrever pela internet e em alguns dias. Nem sei se dá para ensinar alguém a escrever.
Pra se ter uma idéia, um dos leitores me escreveu ONTEM, dizendo que a prova seria HOJE, e me pedindo conselhos. Missão impossível.
Bom, pra esses leitores, só posso sugerir que leiam as colunas anteriores que falam sobre redação, que comprem um livro com boas dicas e que, acima de tudo, leiam! Leiam bastante! E escrevam tanto quanto.
Muita gente que me escreve comete erros pecaminosos de gramática. Isso em apenas quatro ou cinco linhas de texto. Não quero nem pensar nessas criaturas fazendo uma redação. Espero sinceramente que sejam reprovadas. Nenhum professor com juízo poderá acoitar um candidato desses.
Caros, antes de pedir ajuda aos outros, ajudem-se a si mesmos: leiam, leiam, leiam; escrevam, escrevam, escrevam. Nenhum professor, santo milagreiro ou super-herói vai poder fazer o esforço por vocês. Não tem jeito.
“Ninguém escreve como um Deus se não sofrer como um cão”, já disse uma criatura chamada Marie von Elner-Eschenbach. Concordo. Outro dia, chegou um aluno com uma ótima redação e me disse:
- Pois é, professora, ficou legal, mas foi porque eu levei um tempão pra fazer: relendo e reescrevendo, relendo e reescrevendo.
E eu, atônita:
- Mas, meu filho, é assim que se escreve! Você queria parir um texto perfeito de uma vez só?
Gente, escrever é um trabalho como qualquer outro. É difícil escrever como é difícil realizar (bem) qualquer outra atividade. Não é à toa que os trabalhos de revisão são caros. Pensa que é fácil corrigir o texto dos outros? Pensa que é fácil escrever um livro? Ou escrever este simples artigo que vocês estão lendo?
É esforço. Não é só curso, e muito menos
psicografia. Infelizmente ainda tem gente que espera um espírito baixar e ditar o texto. O pior é que, nesses casos, não aparece um espírito que preste. Só baixa alma de escritor vagabundo, de última categoria. Não aparece um Machado de Assis pra contar uma história.

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