"Um dos piores erros que os candidatos podem cometer em uma prova de redação é a extrema preocupação com a forma, com a gramática. O importante é que ele opine sobre o tema", explica a coordenadora da banca de avaliação de redações da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Marisa Magnus Smith.
Já faz tempo que o segredo de escrever uma boa redação deixou de ser o fato de não errar os conteúdos gramaticais. Na opinião de especialistas, acima de tudo, uma boa redação de vestibular - que nada mais é do que um teste para averiguar a capacidade do estudante em opinar e refletir - deve conter argumentação bem colocada e bem fundamentada.
Para se sair bem em sua "defesa", os especialistas dizem que os candidatos não devem ficar "em cima do muro" (ora a favor, ora contra o tema), tampouco comprar opiniões do senso-comum. Se o candidato não estiver certo do que está dizendo e não expuser razões para pensar daquela forma o texto fica vazio. O texto tem que ter posicionamento, se for exclusivamente informativo não é bom. Aliás, não dá nem para começar a escrever uma redação dissertativa se não tiver uma opinião.
Para entender melhor por que os especialistas defendem essa idéia é fácil: imagine que as drogas acabaram de ser legalizadas pelo governo. Segundo os especialistas, se as pessoas abrem o jornal e procuram um artigo sobre a questão e encontram um texto sem nenhuma argumentação ou opinião, elas não refletirão, além de chato de ler. Para eles, aquilo que o leitor espera de um articulista é o mesmo que um examinador de vestibular espera de um futuro universitário (especialmente se for de universidade pública): opinião e reflexão. Desse modo, para seu texto causar impacto, porém, a opinião deve estar muito clara. Por isso, a construção da redação deve valorizar seus argumentos. A ordem é apostar na organização da estrutura textual para não perder o fio da meada. Organizar as informações é o segredo para fazer que a opinião apareça claramente para o leitor.